Os incêndios florestais estão entre os maiores desafios enfrentados pela Veracel, empresa de celulose que tem fábrica em Eunápolis. Principalmente nesta época de primavera e verão, considerada um período crítico para incêndios, devido à maior estiagem e temperaturas mais elevadas.
A fim de prevenir e controlar o fogo em uma área de 200 mil hectares, distribuídos em dez municípios da região, a empresa conta com uma “estrutura robusta e bem qualificada”, segundo o coordenador de Inteligência Patrimonial da Veracel, Flavio de Souza.
TORRES DE MONITORAMENTO = Entre os equipamentos de ponta utilizados na prevenção, estão as torres de monitoramento. Atualmente, a Veracel conta com 14 torres, sendo que a mais recente foi adquirida no mês passado. “Temos 200 mil hectares monitorados, sendo que 100 mil hectares são área de proteção ambiental e 100 mil hectares são de plantio comercial de eucalipto. As torres são um apoio fundamental para nossa estratégia de identificação e combate a incêndio”, destaca Flávio.
As torres são equipadas com câmeras e sensores avançados que utilizam Inteligência Artificial para a detecção automática de fumaça ou fogo. Esses dispositivos enviam alertas em tempo real para uma central de monitoramento, que funciona 24 horas, permitindo o acionamento rápido e seguro das estruturas e equipes de combate. “A central de monitoramento faz o mapeamento do ponto do foco e já aciona automaticamente uma brigada para verificar o incêndio. Identificando o fogo, a brigada já inicia o combate”, explica.
APOIO EXTERNO – O coordenador de Inteligência patrimonial ressalta que a Veracel está estruturada para identificar e combater todos os incêndios na área da empresa. No entanto, não descarta a ajuda dos bombeiros militares caso um dia seja necessário.

“Temos torres de monitoramento, a central 24 horas, equipes com estrutura de combate a incêndio atuando em cada região, vigilantes brigadistas e as brigadas das empresas prestadoras de serviço. Além disso, temos máquinas fazendo aceiros na área da empresa e temos parcerias com as comunidades, que nos alertam sobre possíveis focos”, diz Flávio. “Mas se tivermos uma ocorrência de forma desproporcional, contaremos com o apoio dos bombeiros militares”, acrescenta.
USO DE AERONAVES – O plano de contingência contra incêndios da Veracel inclui contratos com uma empresa de aviões e outra de helicóptero, para caso seja necessário utilizar aeronaves no combate ao fogo.
Flávio conta que, felizmente, até hoje não foi necessária a utilização desse tipo de apoio no combate ao fogo nas áreas da empresa. “Esperamos continuar contando com o apoio da comunidade, com as ações preventivas e com a estrutura própria para combater os incêndios”, afirma.

TEMPO DE RESPOSTA – Apesar da grande área de floresta a ser coberta, o tempo de resposta entre o alerta de incêndio e o início do combate ao fogo é de 30 minutos, em média, adianta Flávio de Souza. Segundo ele, esse curto tempo é resultado da estratégia de distribuir as equipes por áreas. “É uma rede bem capilarizada e bem treinada, principalmente para preservar a segurança das pessoas”, enfatiza.
PRINCIPAIS CAUSAS – O coordenador observa que 90% dos incêndios florestais são provocadas por fator humanos, sejam não-intencionais ou intencionais (criminosos). Apenas 10% são provocados por fatores naturais, como um curto-circuito causado pela queda de rede de energia.
Flávio comenta que os incêndios em florestas têm impactos imensuráveis. Além da poluição ambiental e atmosférica, o fogo dizima a flora e a fauna e pode invadir áreas vizinhas, destruindo pastos e plantações. “Quando a pessoa ateia fogo de forma intencional, não imagina o potencial de problema que isso trará. A gente gabe como começa o fogo, mas não sabe como termina”, lamenta.
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