Homens encapuzados e armados atacaram a aldeia Pataxó Patxohã, em Santa Cruz Cabrália, por volta das 23h de quarta-feira (27). Eles atearam fogo em duas casas, sendo uma delas do vice-cacique e do cacique, informou a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). Não há relato de feridos.
Segundo famílias que moram na comunidade, os criminosos deram o prazo até sexta-feira (29) para que todos saíssem da aldeia, localizada na Terra Indígena Coroa Vermelha.
Galões de álcool e cápsulas de munição
O ataque foi denunciado pelo vice-cacique Fábio Pataxó em sua rede social. Segundo ele, no local foram encontrados dois galões de álcool e cápsulas de munição. O vice-cacique afirmou ainda que, na manhã seguinte ao incêndio, um carro foi visto no local.
Ainda de acordo com Fábio Pataxó, esse foi o terceiro ataque que ocorreu na comunidade, onde vivem 65 famílias, totalizando cerca de 300 pessoas.
Disputa de terra
Conhecida antigamente como Aldeia da Pinga, desde 1993 a área é alvo de uma disputa entre indígenas e latifundiários.
Em julho, o Tribunal de Justiça da Bahia suspendeu uma ação de reintegração de posse referente a 35 hectares do território. O pedido de reintegração havia sido feito pelo empresário Orlando Ramos Bonfim Junior, que afirma ser proprietário da área de 35 hectares.
As famílias conseguiram permanecer no território com a suspensão da ordem, porém denunciam que sofrem constantemente assédios, ameaças e violência.
Assassinato de jovem indígena
Em setembro, o indígena Tauã Passos Monteiro, de 26 anos, filho da vereadora Indiara Ferreira Passos (PP), foi assassinado a tiros por um pistoleiro enquanto estava na comunidade. Na última terça-feira (26), a polícia prendeu um homem apontado como autor da morte de Tauã. Conhecido como Pacheco, o suspeito foi preso em Coroa Vermelha.
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