Cão farejador identifica trilha em mata onde turistas sequestrados podem ter passado

A Polícia Civil suspendeu temporariamente, na tarde desta sexta-feira (30), as buscas por dois turistas de São Paulo que foram sequestrados na madrugada do último domingo em Eunápolis.

A operação ocorreu em uma área de mata fechada, onde a cadela farejadora Sura, especialista em resgate e localização de pessoas, seguiu o possível trajeto percorrido por Vitor Teixeira, de 28 anos, e Lucas Ferreira, de 22.

Segundo o delegado Marcos Reis, a cadela se concentrou em um ponto onde as vítimas podem ter passado a maior parte do tempo em poder dos sequestradores.

“Neste mesmo local, encontramos no chão roupas queimadas, butucas de cigarro e marcas de disparos de espingarda calibre 12 no tronco de uma árvore. Com certeza, as vítimas estiveram aqui e a cadela pôde confirmar isso para a equipe”, afirmou o delegado.

Apesar dos indícios de que os jovens podem ter sido levados para a área, localizada na zona norte da cidade, o delegado destacou que o objetivo principal ainda não foi alcançado: a localização das vítimas.

O delegado informou que nenhuma linha de investigação está sendo descartada. “As investigações não conseguiram definir, ainda, qual seria a motivação. Se eles foram confundidos com membros de facção ou simplesmente porque não eram da comunidade”, frisou.

VISITA A AMIGO NA CIDADE
Vitor Teixeira e Lucas Ferreira, motoboys em São Paulo, estavam de férias para conhecer as praias de Porto Seguro. Hospedados na casa de um amigo em Eunápolis, que conheceram em uma viagem ao Paraguai, eles foram vistos pela última vez com quatro mulheres em bares na Avenida Norte Sul e no bairro Rosa Neto.

DESAPARECIMENTO DURANTE FESTA
As investigações indicam que, após se despedirem das mulheres, os turistas foram sozinhos a um evento com paredão de som no bairro Juca Rosa. No local, teriam sido abordados por criminosos armados e levados para um destino desconhecido. O carro usado pelos amigos foi encontrado incendiado na última quarta-feira.

SEGUNDO SUSPEITO MORTO EM OPERAÇÃO
No fim da tarde, um segundo suspeito de envolvimento no sequestro dos turistas foi morto no conjunto habitacional Arnaldão durante a Operação Mãos Limpas. A operação visa desarticular criminosos do “tribunal do crime”, que sequestram e executam vítimas, enterrando os corpos em locais raramente encontrados.

Carlos Oliveira de Souza, de 27 anos, era investigado por homicídios, ocultação de cadáver e tráfico de drogas.